Gabriel, vê-os partir com a sensação estranha de hoje ser o dia
da sua desgraça. Um último adeus, disperso na curta distância de cabeças erguidas
pelo aeroporto da Portela. Ao seu lado, inúmeras famílias nas circunstâncias agregadas
partilham as sortes anteriormente lançadas por cânticos, e entoações desgarradas
das altas patentes desgovernadas. Iremos nós resistir, é o que passa na cabeça de
Gabriel ao preparar o corpo para sair. Uma minúscula lágrima tenta sair, olhos vermelhos
da emoção, raiva, paixão. Ele sabe que tem de ir, só não sabe para onde ir.