quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Que venham mais...


Sem dúvida que se conseguem imagens surpreendentes nas primeiras horas do dia. Ficam aqui algumas tiradas na companhia de um amigo com vontade de repetir a dose. Não apenas pelo convívio, mas por partilharmos o gosto pela fotografia.
Até à próxima aventura. Abraço...


JPJ
Ribeira do Porto nas primeiras horas do dia

JPJ
Da Ribeira para Gaia

JPJ
Onde está o sol?

JPJ
Rabelos atracados em Gaia perto das Caves

JPJ
Forte na Foz do Porto

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Momentos agradáveis em imagens

JPJ
Serra da Lousã

JPJ
Surf

JPJ
Castelo no topo da colina

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Porto ao amanhecer II


Duas experiências com uma fotografia. A primeira uma tentativa de replicar algo que vi feito por outros fotógrafos. A segunda um engano com um efeito interessante.

Foto_1


Foto_2

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ardente sufoco, que me queima e dilacera P.II



Marta finaliza as tarefas de arrumação e ordenação da vida no lar, com Joshua já sentado de frente para o computador, perdido no monitor, e no telemóvel.
“Estou cansada… queria uma massagem. As dores nas costas parecem estar a dar comigo em doida”. Marta sente a vibrar a memória de Tobias, a tocar suavemente na sua mão, a abraça-la e a beija-la com calor solar. O seu corpo, frenético tranquiliza-se e as suas partes íntimas humidificam lentamente com a lembrança. Sem fechar os olhos, quando começa a apreciar a sensação do amor perdido, do desejo reprimido, vira o seu rosto para o companheiro e questiona-lhe “Não me vens fazer companhia? Gostava de me aninhar a ti antes de irmos para a cama…”. A resposta tarda a vir para não a surpreender de todo. “Que disseste?”.
“Nada, estava a falar com os botões do comando.” A televisão em silêncio até ao momento, dispara o som estridente de um grito. Seleciona um filme e deslisa no sofá, cobre-se com a manta para não sentir o frio da sala. E automaticamente perde-se na história visionada milhares de vezes, vezes sem conta, vezes a mais para serem verdade. Cansada, pensamentos vagos mantém-na acordada ligeiramente, na esperança da companhia se agregar e facultar o calor tão desejado. Tobias mantém-se vivo na memória, no corpo, no sentimento e em tudo e todos os objetos dispostos na casa. Porquê? Esta não é a questão.
As horas passam e ambos decidem deitar-se, este é o momento esperado. Quase como um doce pedido pela criança à mãe. Marta desespera pelo carinho e sensualidade da vibração de si com o seu amado, mas com o tempo a passar por ambos, é evidente de forma visível a separação da adrenalina e ânsia mecânica tornada a única forma de exibição entre ambos do sentimento existente em seus corações. Já deitados, insinua-se sobre o amado, iniciando o ritual mais quente que ambos conhecem. Suave beijo dado na face, de sopro forte e grave nos lábios roça, a mão no rosto desenha a silhueta do outro até ao meio das pernas. Beijando velozmente e compactamente, rompendo a boca pela sua língua, sobe a mão descansando-a no peito camuflado de pelos macios. Joshua, aparentemente adormecido, acorda e imbrica-se nos beijos inflamados de sangue pulsantes no seu pénis. Com a sua mão na face de Marta, liberta a suplente para alcançar as nádegas, agarra, prende cravando os seus dedos e libertando rapidamente os mesmos para passear nelas.
O ritual iniciou, a duração é limitada. Num volte-face rodopiante, toma o lugar do controlador, deslocando a garra das nádegas para o braço fino, apertando o mesmo ciclicamente até se sentir satisfeito pela demonstração de poder e controlo, visto os beijos terem amansado e serem enfim do seu agrado. As garras, sem unhas, afagam o cabelo e o peito ilustre da maravilha tapada por cetim, em apertos desafogados o peito é superficialmente banhado por lábios e língua humedecidos da saliva partilhada. A camisa de dormir escapa fumegando o ar do quarto aquecido por corpos a exalarem hormonas, desejo e vícios efémeros. De língua espetada, dura, circula e suga a teta perfeita de argola singela de rosa desbotada com a irrigação húmida da bainha, escurece auferindo uma tonalidade rosa escura de tanto ser sugada. A garra desce até ao vaso sentindo a excitação. Deslocando-se entre ritmos suaves e bruscos, o vaso prepara-se para receber o membro enrijecido. A cavidade irradia o humor da excitação plena de Marta soltando um murmúrio “Entra dentro de mim…”.
Joshua envolve-se no meio das pernas preparando o espaço para, num único ato, aceder ao pedido remetido anteriormente. De joelhos, no meio das coxas, levanta pelos tornozelos as pernas apoiando-as nos seus ombros. Deslizando aceleradas as garras, assentam nas ancas finas de Marta estrangulando-as, robusta e suavemente. A invasão inicia, e num lento gemido, apenas um rodar de cabeça, liberta o sorriso malicioso em Joshua e o grunhido prazeroso ambicionado à tanto por Marta. Cíclica a dança de Joshua a puxar pelas ancas da companheira, revela a sofreguidão da paixão, contraída nos tempos idos e revelado apenas nestes momentos, num aperto dos músculos vaginais, eleva-se no ar perfurando fundo a concavidade escaldante e atarracada. Pleno de virilidade, tomba o seu peso na totalidade sobre a pequena destronando-a com a sua força, consecutivamente, acelerando a cada movimento, rasgando fundíssimo no vaso aquecido, os gemidos destemidos do prazer arrancados por si, compromete a sensação de plenitude de Marta. A cada nova investida já não aguenta reprimir as sensações que vibram no seu corpo, respiração irregular e ofegante, “Ahhhh,aaaaaaaaaaaaah…”; contorce o seu corpo elevando a anca no momento dos esguichos frenéticos, retidos momentos antes no companheiro, afundando a totalidade da seringa na tampa respetiva.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ardente sufoco, que me queima e dilacera P.I




Por vezes Marta, plena de vazio, prostra-se empinada no esplendor de si para mansamente preencher-se com parco calor de seu amado. Joshua assume-se imbricado no seu caminho, sem capacidade para ver o que Marta lhe pede sem oralizar. Robusto não transmite nada além de vibrantes exclamações resignadas do que há volta dele se passa. Marta espera.
Mas, num parêntese reto, devo acrescentar, a sua silhueta um tanto frenética transparece o corpo capaz de nos viciar nas mais estranhas formas de amor. Já Joshua, no seu modo atarracado sensual chama para si a atenção que não consegue dar de livre vontade a Marta. De músculos vincados pelo trabalho, mãos pequenas e de aperto forte e sentido na dor do cumprimento. Moreno de cabelo castanho claro e olhos prateados, nariz curvado e pequeno de boca larga, recheada por lábios espessos vermelhos. Rosto redondo ligeiramente alongado num quadrado. Já a sua companheira de altura superior faz-se acompanhar por pernas esbeltas e musculadas, de curvas ligeiras não demasiado marcadas. Peito balofo mostrando a sua tenacidade em cada movimento e salto de cerca para uma laranja apanhar. Mãos finas, de dedos esguios, passiveis de penetrar no mais ínfimo recanto, para um pequeno amanho. Rosto ovalado de olhos saltitantes amendoados, lábios suaves e bem marcados de tamanho adequado, sobrancelhas negras fortes no nariz e um fio no término do olho. Cabelo ondulado, com alguns caracóis de louro arruivado.
“É sempre a mesma coisa…” sai a bala da boca de Joshua, com o alvo bem definido. Marta espera por segunda vaga de misseis que estouram na sua maioria antes de atingir o alvo. No compasso de espera, na preparação de levantar a mesa, questiona “Ajudas-me…”. Sem se olharem, Marta acaricia a face a Joshua, num movimento lento procurando o contato e o carinho que necessita para se realizar.
Após um dia de receção à família e amigos, a casa destabilizada por tantos ocupantes momentâneos, levou à loucura, ou quase, os residentes da humilde habitação. Caminhando sem força e vontade, esmagada pela solidão dos dias silenciosos ao lado do homem que ama, agarra nas travessas para as depositar no lava-loiça. Joshua imbricado no seu engenho, sem dar atenção nem prestar auxílio réplica.
“Que remédio…”
Na lufa-lufa do lar, o casal arruma e reorganiza a casa para no fim se dedicarem ao descanso merecido. No entretanto sem palavras, sem contatos, sem qualquer sinal de cumplicidade a árdua tarefa realiza-se e as perguntas levantam-se nas cabeças de ambos. Pequenos olhares, sorrisos enfezados, toques suaves de um calor ardente glacial antecipando o serão consequente dos dias vividos e que desaguaram no oceano há muitas estações passadas. Enfraquecidos, desenvoltos em pensamentos e sentimentos contraditórios, esperam ambos pela franqueza esquecida e ignorada por tanto tempo. O poço de suas emoções ferve em pouca água, e a companhia de ambos é desejo de outros que inexplicavelmente lhes alimentam o corpo, a alma, o coração dilacerado por não terem possibilidade de se encontrar novamente. Mas será mesmo a distância a denunciar o fim da sua relação. Ambos se questionam sobre esta possibilidade.
Conscientes de suas intenções e sentimentos, ambos confusos com o que viveram até ontem, sabem que não é isso o desejado ou querido pelos dois. Porque pensam que estão sós? O que os leva a acreditarem que estão por sua conta? Como podem considerar não se amarem?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A pobreza é necessária!



Educado na pobreza mitigada pela nobreza das palavras e das vãs intenções de um dia sem ser necessário sobreviver. Educado na pobreza para a manter até morrer.
Sem pedir licença entra por todas as portas e janelas, pelas rajadas de sol, vento e chuva que alimentam e saciam o meu ser. A ninguém foi requerido esse triste destino de pobre ficar, mas sem o pobre nada funciona. A correção da pobreza seria um artifício louco que permitiria que todos fossem iguais plenamente.
A pobreza é necessária para manter a ordem existente, sem ela não existiriam os escravos que a troco de tão pouco dão muito a poucos que não necessitam de nada. Os que necessitam nada têm, ou muito pouco têm para viver. E assim, a solução mantêm a especulação da necessidade desnecessária de se ser pobre.

A necessidade da sua existência, perante factos tecnológicos e de conhecimento existentes nos dias de hoje permitiria erradicar totalmente este fenómeno. No entanto, assistimos a um discurso e ações veementes de aprofundamento da pobreza, das desigualdades entre os indivíduos e os povos. Submissos, como devem ser, não questionamos o que existe e o sistema que fomenta esta aberração. O mérito é todo da necessidade.

Precisamos de ser pobres para, apenas alguns poderem viver, não exigirmos de mais de um sistema arcaico e desarticulado com as verdadeiras necessidades das pessoas. Precisamos de ser pobres para aceitarmos com a simplicidade de uma respiração a morte de milhares de irmãos que não conseguem aceder ao mínimo indispensável para uma vida digna.

Precisamos de ser pobres para simplesmente contarmos os tostões para nos alimentarmos, vestirmos, aceder à saúde, e a qualquer outro serviço pelo mínimo possível. Sim, afinal, nós estamos a mais e o melhor é irmos definhando pelo caminho intermitente do desrespeito pela dignidade da pessoa humana. Necessitamos de estar onde estamos para sucumbirmos ou nos elevarmos e exigir o que nos tem sido tirado desde sempre, o respeito de sermos de facto irmãos e iguais plenamente nas comunidades em que vivemos.

Precisamos de ser pobres para a escravidão se manter iluminada pela ilusão da liberdade. Se equacionarmos a liberdade que o pobre tem para exigir o pagamento devido pelo seu tempo, esforço e empenho num trabalho, iremos verificar que a liberdade não existe. Esta é apenas uma palavra sem conteúdo real, pois estamos a obrigar um irmão a reduzir a sua existência a uma lei selvática e primitiva onde o mais forte ganha tudo e o fraco não ganha nada. Pensei que nos diferenciássemos dos animais, mas por vezes acho que estes são mais humanos que os humanos.

A lei do mais forte implica que a imposição da sua vontade seja cada vez mais sufocante para a maioria das pessoas iguais a si. O tempo e a energia dada pelo pobre, nada representam para o forte que esmaga toda a tentativa de rebeldia e libertação para um novo estádio de sociedade.

Hoje podíamos ter a pobreza erradicada de vez nas sociedades globais a que pertencemos. No entanto, o interesse de uns poucos, permite que esta cresça a olhos vistos. E em breve a necessidade dos pobres será desnecessária, e os números impor-se-ão com a veemência de uma nova solução sem a participação dos que hoje controlam o mundo dos fortes. Até porque o planeta não aguenta e não sustenta as práticas de desenvolvimento que nos têm impelido perpetuamente para a frente. Assim, os pobres educados na pobreza, para a manterem, para a aceitarem e nada mais desejarem a não ser o pão de amanhã, mantêm-se escravos dos outros e das suas necessidades básicas, as quais só têm acolhimento nas intenções.

Precisamos de ser todos pobres, a todos os níveis. Só dessa forma conseguiremos resolver os problemas que temos hoje. Pois só nesse momento não restará nada que impeça a verdadeira igualdade entre semelhantes que nasceram iguais, com os mesmos sonhos, desejos e quereres. Quando todos formos pobres a solução final será respeitarmos de facto o que somos sem impormos a outro o que desejamos ou esperamos que ele seja para nós a mão, o pé a cabeça que não possuímos ou não queremos ser.

Precisamos da pobreza para a felicidade invadir todos os seres. A felicidade que todas as pessoas querem e não alcançam. Só nesse momento a alcançaremos. Pois estaremos despidos de todas as predisposições sobre as quais nos educaram até esse momento, e refutado o modelo perpetuamente ensinado, enterrado sem velório ou honras de estado ou militares, um sentimento novo florescerá em cada um de nós dotando-nos da capacidade para em paz resolvermos a pobreza e todos os males conhecidos até hoje.

Eu preciso do pobre para ser pobre. Ser pobre é, em última instância, a derradeira riqueza que podemos desejar alcançar. O muito ou pouco que conseguimos não se revela fundamental para a experiência da pobreza, tal como não se revela como o fenómeno que não deveria existir e existe. Preciso de ser pobre para o rico na sua pequenez e fraqueza continuar a achar que é ele que manda e controla o que sou, o que somos.

Construímos e desconstruímos a pobreza escondida nos números ofegantes sem voz, como um subproduto das sociedades que construímos. Sem questionar e sem resolver o que quer que seja para a sua verdadeira erradicação, mantemo-la e contribuímos para o seu incremento.

Precisamos da pobreza para continuarmos a ser o que somos!